justiça

Assistência de acusação do Caso Kiss vai pedir preservação do prédio da boate

Camila Gonçalves

Foto: Lucas Amorelli (Diário)
Advogados assistentes de acusação, Pedro Barcellos Jr. e Ricardo Breier, visitam prédio da Kiss

O ingresso do advogado Ricardo Breier na assistência de acusação do processo criminal do caso Kiss não só encheu de esperança os integrantes da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), como poderá manter o prédio da boate preservado até a sentença final sobre a condenação ou não dos réus.Na tarde desta terça-feira, Breier esteve no local do incêndio ocorrido em 2013, depois de conversar com familiares, e disse que, caso consiga reverter a decisão do Tribunal do Júri de Porto Alegre quanto à responsabilização dos réus por dolo (quando há intenção) e não culpa, quer levar os jurados ao prédio da tragédia. 

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Mesmo fazendo questão de dissociar, a todo o momento, a sua atuação como presidente da seccional gaúcha da Ordem do Advogados do Brasil (OAB), Breier voltou as atenções da opinião pública ao se somar ao advogado Pedro Barcellos Jr. como assistente de acusação representando a AVTSM. O foco da equipe, a partir de agora, é buscar a reversão da decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS), que acolheu o recurso da defesa dos réus alegando culpa e não dolo pelo homicídio dos 242 jovens e mais de 600 feridos. Para isso, os advogados planejam entrar com recurso junto ao Superior Tribunal de Justiça para levar os ex-sócios da Kiss Mauro Hoffmann e Elissandro Callegaro Spohr e os músicos Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos a Júri Popular. Antes disso, Breier afirmou que vai entrar com um peticionamento para que o prédio sirva como objeto de prova e seja inspecionado no dia do julgamento:

- Este prédio não pode ser destruído. Enquanto tivermos toda essa seara jurídica a ser resolvida, se (os réus) vão ou não a júri, este prédio tem que ser preservado, porque acredito que se for a júri, os jurados têm que entrar aqui dentro. Não basta ver fotos no processo. Quem vai estar vendo fotos no processo não vai sentir a realidade que eu senti aqui dentro e que todas as pessoas que morreram aqui dentro sentiram.

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Para Breier, nesta primera fase, o processo teve vitórias, no ponto de vista da acusação, como a sentença de pronúncia que remete ao júri popular e o fato de que não houve unanimidade no julgamento do TJ/RS quanto à atribuição de culpa aos réus. Os advogados também esclareceram o risco de que a pena dos réus prescreva. Segundo os defensores, há risco real, se o crime for classificado na forma culposa.


Foto: Lucas Amorelli (Diário)
Breier teve a primeira conversa com familiares na tarde desta terça-feira

O presidente da Associação, Sérgio da Silva, reafirmou o desejo de ver o cumprimento da responsabilidade criminal pelos réus:

- Se eu estivesse lá como dono dessa boate, eu não iria arrumar meios de reverter essa coisa. Eu iria abraçar, iria cumprir meus 10 anos (de pena) e ir embora, mas não usar desses meios para dizer que a culpa não existiu. É como você dirigir um carro, pagar uma conta. Isso se chama cidadania.


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